Serraria Souza Pinto, espaço tradicional de eventos da cidade, vai receber a principal feira de hospitais de Minas Gerais. A Expo-Hospital Brasil irá ocupar os 5.000 m2 do espaço com vários stands e espaços para congressos e simpósio. Construída em 1912, a Serraria, como é mais conhecida, foi um dos primeiros prédios a ser erguido com estrutura de ferro e é considerada uma referência da arquitetura industrial da capital. Com localização privilegiada, o espaço compõe o conjunto arquitetônico e paisagístico da Praça Rui Barbosa e fica na Av. Assis Chateaubrind no centro de Belo Horizonte.
Para Fernando Kutova, diretor da Expo-Hospital Brasil, “o espaço é um ponto de excelência da cidade. A sua localização e suas instalações vão dar à feira uma projeção muito boa”. Kutova também lamenta o fechamento do Minas Centro, espaço onde foi a primeira edição da Expo-Hospital Brasil no ano passado. “Ficamos muito sensibilizados com o fechamento do Minas Centro. Ele tinha alguns problemas, mas acredito que o encerramento de suas atividades como centro de convenções é um equívoco”. E alerta: “estamos com menos um espaço para trabalhar na cidade e Belo Horizonte tem um grande potencial para o turismo de negócios. Enfrentaremos mais um problema no setor de eventos, a falta do Minas Centro”.
A história da Serraria Souza Pinto é parte da história da capital. O jovem português Augusto Souza Pinto chegou a Belo Horizonte com 16 anos de idade e, sem parentes e sem dinheiro, impressionou o empresário Antônio Garcia de Paiva. Ele dono da serraria Garcia de Paiva – hoje Serraria Souza Pinto – preocupado com Augusto deu-lhe emprego e o levou para morar em sua casa. O jovem, muito trabalhador e honesto acabou por se apaixonar pela filha de Antônio Garcia de Paiva. Casaram e como os filhos do empresário, todos formados no exterior, não quiseram tocar o negócio do pai, Augusto, mesmo sem capital próprio, passa administrar a serraria. Por isso, pela sua força de trabalho e outros méritos profissionais, ele se torna o dono do estabelecimento após a morte do sogro. Muitos anos depois e sob sua direção, a serraria passa a se chamar Souza Pinto. Augusto Souza Pinto faleceu em 1953.
Tombada em 1981 pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais é restaurada em 1997 para a realização de eventos. Em dezembro de 1998, a Serraria Souza Pinto foi incorporada ao patrimônio administrado pela Fundação Clóvis Salgado, tornando-se um espaço para espetáculos, feiras, congressos, eventos sociais, comerciais e técnico-científicos.[1]